Tiago Sorrentino Moura de Lima, artisticamente conhecido como Titá Moura, cantor e compositor paraibano de 36 anos, iniciou sua trajetória profissional na música aos 16 anos pelo universo das tradicionais bandas de bailes de João Pessoa, ainda no final da década de 90. Investido da condição de “crooner”, teve nesse contexto sua primeira formação como intérprete da diversidade da canção brasileira, exercitando sua performance ao cantar ícones da MPB mainstrean, como João Bosco e Gilberto Gil, além de clássicos da música popular nordestina a exemplo do paraibano Jackson do Pandeiro e do pernambucano Alceu Valença.
Depois de passar por várias bandas desse segmento entre João Pessoa e Recife, concomitante à sua formação acadêmica em Arte Educação com habilitação em música na Universidade Federal da Paraíba, inicia atuação na educação popular como co-gestor de programas sócio-educativos no âmbito da prefeitura municipal de João Pessoa, implementando, supervisionando e acompanhando pedagogicamente oficinas de músicas da rede municipal de ensino. Essa experiência de vivenciar a música como processo educativo e formador de cidadania cultural conduz Titá a pensar o fazer artístico em João Pessoa, sua cidade natal, sobretudo no que diz respeito à apreciação, pesquisa e consumo da dita cena autoral paraibana de música independente.
Pronto: estava plantada a semente no então cantor e educador musical do que viria a germiná-lo como compositor, produtor e militante do quadro artístico da cidade, profundamente inspirado e influenciado pelo continuum histórico dos movimentos criativos urbanos como o Musiclube da Paraíba, Jaguaribe Carne – grupo de experimentações estéticas – e a literatura praticada pelos poetas da capital paraibana.
Deste caldo criativo destacam-se como referências os músicos e compositores Pedro Osmar, Paulo Ró, Totonho, Cátia de França, Escurinho, Chico César e Adeildo Vieira e os poetas Águia Mendes, Sérgio de Castro Pinto e Chico Lino Filho. Muitos dos quais, entre compositores e poetas citados, tornaram-se parceiros na criação de obras musicais, realizações de shows e movimentações artísticas na cena paraibana.
Portanto, é possível afirmar que Titá Moura é um compositor marcadamente politizado e estetizado pelas características universais da música paraibana